sábado, 17 de janeiro de 2015

PADRE BERNARDINO - Poema de José Teixeira Coelho



No lar Padilha, alegra-se Dorinha
E Pacífico exulta, grato e lhano
"Estava o padre ali sublime e dino.
Que vibra os feros raios de Vulcano"*

Nascera entre os afagos marianos
Que Maria das Dores lhe fazia
Os Padilha da Luz de verdes anos.
Deram graças a Deus por esse dia.

De Bernanrdo, mais dino lusitano
Sai grande nome para um ser pequeno.
Que extrapola, no entanto, o Vaticano.
Tal enchente que excede o próprio Reno.

Qual sábia aferição que nos ensina
Ser contido, menor que continente.
Quem vê o pequenino não imagina
Que ele seja maior que muita gente.

Quem desfaz o conceito é a divindade
Que pôs Davi defronte de Golias.
Bernardino é gigante e a cristandade
Se agiganta com ele nesses dias.

Não confundam tamanho e documento.
Pois sombra pode ser mui mais que o dono.
Bernardino é maior que o paramento.
Maior do que Morfeu que traz o sono.

Petrolina, feliz, canta e agradece
Por ser nutriz do bom padre menino.
Qual Dorinha e Pacífico não esquece.
De louvar ao Senhor na voz do sino.

O poeta viveu entre meninos
E o menino maior os conduzia.
Se existissem mais padres Bernardinos,
A humanidade mais feliz seria.

Louvor ao padre, professor emérito,
Louvor ao cura, confessor paciente,
Louvor ao amigo que não tem demérito,
Louvor a Deus que nos mandou pra gente.

Recife, 18.10.1998
* Luís de Camões - Os Lusíadas


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